terça-feira, 29 de novembro de 2011

SARNEY FAZ HISTÓRIA

Na homenagem prestada pela Federação das Indústrias do Maranhão, na noite de segunda-feira, ao senador José Sarney, ele não deixou por menos.

Para retribuir a homenagem, usou uma de suas maiores qualidades de político e intelectual: em vez de discurso, preparou uma extraordinária conferência a respeito do Maranhão, do período colonial aos dias correntes.

Ao longo da palestra, Sarney, com ajuda de recursos audiovisuais, mostrou como ao longo do tempo as mudanças ocorreram na economia maranhense, que de primitiva e escravagista, transformou-se, desenvolveu-se e modernizou-se.

Para uma platéia constituída de jovens empresários, que não viram e não participaram do seu governo do Estado, as ações, os procedimentos e as estratégias promovidas por Sarney, soaram como uma aula de história.

TÉCNICOS CITADOS

Na sua conferência, o senador José Sarney fez referência a alguns técnicos que o ajudaram, no mandato de 1966 a 1970, a realizar um governo de mudanças e de envergadura no Maranhão.

Não citou todos por causa do fator tempo. Ainda assim, lembrou de Bandeira Tribuzi, Nivaldo Macieira, Emiliano Macieira, Haroldo Tavares, Vicente Fialho, Joaquim Itapary e Benedito Buzar.

Buzar, o único presente à solenidade, ficou emocionado e recebeu cumprimentos dos convidados.

PRESTIGIAR SARNEY

O ministro do Turismo, Gastão Vieira, participou no fim de semana, no Uruguai, da 10ª Reunião Especializada em Turismo do Mercosul.

Acabou o evento, retornou a Brasília e do aeroporto tomou um avião com destino a São Luís.

Toda essa maratona tinha um objetivo: prestigiar o senador José Sarney na solenidade em que a Federação das Indústrias do Maranhão o homenageou com a Medalha do Mérito Industrial.

PESQUISA EM ITAPECURU

Aguarda-se com desusado interesse a realização de nova pesquisa com vistas aos candidatos às eleições municipais.

Com vários nomes já lançados, alguns em plena campanha eleitoral, a próxima sondagem de opinião pública deverá mostrar uma realidade mais precisa a respeito dos que pretendem suceder a Júnior Marreca no comando da prefeitura de Itapecuru.

Por falar em Marreca, ele, até agora, ainda não manifestou nenhuma inclinação sobre o agraciado com o seu voto.

Ainda que se mantenha calado e arredio, os candidatos não deixam de paparicá-lo.

NOVO CEMITÉRIO

Os que foram visitar, no Dia de Finados, os entes queridos sepultados no velho cemitério de Itapecuru, se arrependeram.

O nosso campo santo está sujo, maltratado e abandonado à própria sorte.

Não há mais lugar para colocar defuntos e os que lá se encontram estão precisando de guias para ser encontrados.

O jornalista Benedito Buzar foi homenagear o seu saudoso pai, Abdala Buzar, no cemitério, no dia em que completaria cem anos, saiu dali triste e penalizado com os vivos e os mortos.

O prefeito Marreca prometeu a Buzar que antes de acabar o seu mandato, entregará ao povo itapecuruense um novo cemitério público.

SÃO RAIMUNDO DOS MULUNDUS

HÁ poucos dias, a TV Globo esteve no Maranhão para fazer uma reportagem em Vargem Grande e comparar os índices econômicos e sociais daquela cidade com os de Vinhedo, localizado no município de São Paulo.

Ao final da reportagem, deu o que já se sabia: as duas cidades, com a mesma população, estão diametralmente distantes uma da outra quanto à qualidade de vida.

O deputado Fábio Braga, não contesta os índices, mas afirma que Vargem Grande, cidade em que nasceu, leva uma vantagem gritante sobre Vinhedo: a cidade paulista não tem e jamais terá um santo milagroso, querido e popular como São Raimundo dos Mulundus.

ILUSTRE DESCONHECIDO

A imprensa divulgou que além do King Air, o ministro Carlos Lupi, usou na viagem ao Maranhão, em dezembro de 2009, outro avião, cedido por um empresário.

O assessor do ministro, Weverton Rocha, garante que o avião era um Sêneca, de propriedade do fazendeiro maranhense de nome Pedro.

Este Pedro, até agora, permanece escondido e ninguém sabe onde ele atua como empresário rural. Trata-se, portanto, de um ilustre desconhecido.

FESTA DOS AMIGOS

O empresário Mauro Fecury, este ano, tem um motivo a mais para fazer com que a Festa dos Amigos, no dia 10 de dezembro, seja retumbante e inolvidável.

A aprovação pelo Conselho Federal de Educação, por unanimidade, do credenciamento do Centro Universitário do Maranhão como universidade.

Como Mauro é fã de carteirinha de Roberto Carlos, em não podendo trazê-lo, por compromissos já assumidos, contratou um cover do cantor mais querido do Brasil, para se apresentar no evento do Ceuma.

FACULDADES PUNIDAS

O Ministério da Educação divulgou o nome de 70 instituições do ensino superior punidas com o congelamento do número de vagas por causa do baixo desempenho no último Índice Geral de Cursos.

As instituições punidas só poderão matricular em 2012 o número de alunos registrados este ano.

Duas instituições universitárias do Maranhão estão entre as penalizadas: a Faculdade do Vale do Itapecuru e o Instituto de Ensino Superior Múltiplo.

ALCIONE DE MAMÃE NOEL

A cantora maranhense Alcione adiantou o calendário e fez do Natal o tema de seu aniversário.

A festa, realizada em sua bela residência na Barra da Tijuca, foi decorada por Chico Coimbra e contou com a presença dos artistas Elymar Santos, Luis Fernando Guimarães, Neguinho da Beija-Flor, Ailton Graça, entre outros.

A Marron, caracterizada de Mamãe Noel, ofereceu aos convidados, como prato de resistência, tortas de caranguejos, preparadas em São Luís.

Na porta do banheiro da casa de Alcione, uma placa avisava: Beco da Bosta; no corredor que dava para o jardim, outra placa: Rua dos Veados.

ACADEMIA NA FEIRA

Os livros publicados sob a chancela da Academia Maranhense de Letras, este ano, estarão à disposição dos leitores na V Feira de Livro de São Luis.

Pela primeira vez, a Casa de Antônio Lobo terá um stand no evento, graças à iniciativa do presidente Benedito Buzar.

Por falar na Feira do Livro, que se registre uma falha gritante da Assessoria de Comunicação da prefeitura de São Luís: novamente o evento, de grande repercussão na cidade, se realiza sem a participação da mídia.

MARANHENSES SOB O FRIO

A temperatura nos Estados Unidos, neste final de ano, não está fazendo graça para ninguém.

Nos últimos dias, chegou a zero grau, mas um grupo maranhense está em Nova York enfrentando, com galhardia e felicidade, o frio ali reinante.

O grupo, do qual fazem parte Antônio José Ferreira, Carmem Lúcia Freire, Rosário Almeida, Amélia Buzar, Fátima Frota e Ribamar Mendonça, comemorou o aniversário de Antônio, ocorrido na última sexta-feira, num dos restaurantes mais badalados do Big Apple.

PRÊMIO FAPEMA 2011

Luiz Phelipe Andrès, membro do Conselho Consultivo Nacional do Iphan, autor do parecer favorável ao registro do bumba-meu-boi do Maranhão como patrimônio imaterial brasileiro, recebeu auspiciosa comunicação da Fapema.

O seu trabalho “Estaleiro-Escola, uma estratégia de salvaguarda dos conhecimentos tradicionais dos mestres carpinteiros navais maranhenses”, venceu, na categoria Desenvolvimento Humano, o Prêmio Fapema 2011.

A cerimônia de premiação será no dia 5 de dezembro, no Hotel Luzeiros. A comissão julgadora foi composta por mestres e doutores de importantes universidades de todo o país.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

UM SÉCULO DE ABDALA BUZAR

A cidade de Itapecuru ainda não havia assistido um evento tão marcante e tocante como a celebração do centenário de nascimento de Abdala Buzar Neto, ocorrida no dia 15 de novembro último.

Seus filhos organizaram uma programação especial para lembrar a trajetória do pai, um homem cuja vida privada e pública foi plenamente rica de edificantes exemplos, com destaque para ações em benefício da sociedade itapecuruense.

O evento em homenagem a Abdala Buzar, que contou com a presença de convidados de Itapecuru e de São Luís, ocorreu em dois ambientes distintos.

Na igreja de Nossa Senhora das Dores, realizou-se a cerimônia religiosa, celebrada pelo padre Jean, com a participação efetiva dos filhos, netos, bisnetos, genros e noras de Abdala.

No “Henrique Eventos”, os filhos do homenageado recepcionaram os convidados com um almoço. Em seguida, o jornalista Benedito Buzar lançou o livro “No tempo de Abdala era assim”, cuja renda foi literalmente doada pelo autor à Paróquia de Nossa Senhora das Dores.

MINISTRO NA CELEBRAÇÃO

O ministro do Turismo Gastão Vieira fez questão pessoalmente de participar do Centenário de Abdala Buzar, como amigo fraternal do jornalista Benedito Buzar.

Assistiu a celebração da missa na igreja de Nossa Senhora das Dores, compareceu ao almoço no “Henrique Evento” e lançamento do livro “No tempo de Abdala era assim”, da autoria do presidente da Academia Maranhense de Letras, não deixando de adquirir um exemplar, devidamente autografado.

PRESENÇAS ILUSTRES

Além do ministro do Turismo, Gastão Vieira, marcaram presenças, em Itapecuru, nas solenidades em homenagem ao centenário de Abdala Buzar Neto, o reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado, o desembargador federal Alberto Vieira da Silva, os membros da Academia Maranhense de Letras, Joaquim Itapary, José Carlos Sousa e Silva e Montalverne Frota, o chefe do gabinete do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Clovis Viana, o subchefe da Casa Civil do Governo do Estado, Antônio José Muniz, e a superintende da Fundação Sousândrade, Regina Luna.

GESTO LOUVADO

Num gesto digno e à altura de filho de Abdala Buzar, o intelectual Benedito Buzar foi ovacionado na igreja quando anunciou que o resultado da venda do livro de sua autoria “No tempo de Abdala era assim” seria totalmente doado à paróquia de Nossa Senhora das Dores e destinado à organização da festa de São Benedito.

APLAUSOS PARA HENRIQUE

Os convidados de São Luis, que compareceram ao evento comemorativo do centenário de Abdala Buzar, ficaram bem impressionados com as instalações do “Henrique Eventos”.

Todos foram unânimes em elogiar a casa, bem como os serviços gastronômicos.

O consenso era de que, no Maranhão, poucas casas de evento se igualam à existente em Itapecuru.

SUGESTÃO DO PADRE

O padre Jean, ao final do ofício religioso, celebrado em homenagem a Abdala Buzar, deixou no ar uma proposta às autoridades itapecuruenses.

Pelas ações sociais desenvolvidas pelo homenageado, por ser ele um devoto de São Benedito e prestado tantos e relevantes serviços à paróquia de Nossa Senhora das Dores, deveria merecer um busto de bronze, para que a sua memória fosse perpetuada e reverenciada pelo povo.

O prefeito Júnior Marreca, presente ao ato, assumiu o compromisso de transformar em realidade a sugestão do padre Jean.

ELEITORES DE GASTÃO

O ministro do Turismo Gastão Vieira, sempre que a sua agenda permite, vem nos finais de semana a São Luís.

Pelo fato de estar licenciado da Câmara de Deputados, poderia deitar na glória do cargo federal e esquecer o eleitorado que o elegeu para o Congresso Nacional.

Mas esse não é o procedimento de Gastão, que invariavelmente se desloca para uma cidade do interior onde foi votado.

Nessas visitas, percebe e se emociona com a alegria do eleitorado que nele votou e contribuiu para ocupar um cargo tão importante no primeiro escalão do governo federal.

EMPRESÁRIO ITAPECURUENSE

A sociedade de Itapecuru vibrou com a indicação do empresário Benedito Bezerra Mendes para compor a lista da Associação Comercial do Maranhão, da qual sairá o Empresário do Ano.

Conhecido por Garimpeiro, Benedito Mendes, além de empresário bem-sucedido e competente, é um cidadão bem quisto pelo seu comportamento e atuação na cidade.

Dono e líder de um grupo empresarial que atua no ramo ceramista, os produtos que fabrica - tijolos e telhas - são disputados no mercado nordestino pela qualidade e preço.

LUZ PARA TODOS

O ministro Edson Lobão comemora o sucesso do programa Luz para todos, do governo federal, que aniversariou no dia 11.

Em 8 anos, o programa alcançou 14.314 milhões de brasileiros, em 2.862 milhões de famílias.

O Ministério de Minas e Energia estima que 682 mil pessoas ou 136 mil famílias migraram das cidades para o campo, por causa da chegada da energia elétrica.

CEM ANOS DE PRISÃO

O Chefe do Ministério Público de Alagoas, Edmundo Tavares Mendes, apresentou ao Tribunal de Justiça pedido de prisão contra o prefeito de Traipu e mais 17 funcionários da prefeitura.

Para o prefeito, o Ministério Público pediu mais de 100 anos de prisão, pelos atos lesivos e desvios de recursos públicos praticados no seu município.

No Maranhão, o Ministério Público poderia tomar medida semelhante, onde há muito prefeito irresponsável que, além de se apropriar do dinheiro público, ainda debocha das autoridades por conta da impunidade.

PRÉDIO DO SIOGE

Começaram os procedimentos burocráticos para a restauração do prédio do extinto Sioge.

Na semana passada, o representante da Petrobras reuniu-se com o reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado, e a superintendente regional do Iphan, Kátia Bogéa.

Na pauta, a cessão, pelo governo do Estado, do imóvel a ser recuperado e onde ficarão o museu de arqueologia e o curso de mestrado de História, sob os auspícios da Ufma.

No museu serão colocadas milhares de peças históricas recolhidas das escavações das terras onde se localizará a refinaria de Bacabeira.

BOLSAS DE TERESA CRISTINA

Os vendedores ambulantes e camelôs estão vendendo aos montes no maior shopping popular da cidade e a céu aberto (Rua Osvaldo Cruz e adjacências), as bolsas semelhantes à de Teresa Cristina, que a atriz Cristiane Torloni, interpreta na novela Fina Estampa.

São oferecidas aos consumidores com este apelo: comprem as bolsas de Teresa Cristina, recomendadas por Griselda, sua pior inimiga.

DINHEIRO DO PDT

Os pedetistas históricos do Maranhão preferem ver o diabo ao aliado Weverton Rocha, ora no exercício do mandato de deputado federal.

A ira tem dois motivos. Primeiro: inventou que o frete do avião em que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fez o périplo no interior do Maranhão teve por fonte o PDT regional, que não dispõe de recursos nem para pagar suas despesas correntes.

Segundo: incluiu Jackson Lago na maracutaia, sem respeitar a memória de um dos mais autênticos membros do pedetismo nacional.

ARTE E EDUCAÇÃO

Na pauta do XXI Congresso Nacional de Arte-Educadores do Brasil, realizado em São Luís, uma homenagem especial aos pioneiros da arte-educação no Maranhão.

Entre os homenageados, Aldo Leite, Camélia Viveiros, Ely Caracas, Maria Eunice Santos, Francisco de Jesus Pinheiro, Imair Batista Pedrosa, Nerine Lobão, Rosa Mochel e Zezé Cassas Gomes.

Na lista dos homenageados faltaram os maestros João Carlos Nazaré e Nonato Araújo.

LIVRO DE MILSON

O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão e a Academia Maranhense de Letras patrocinam o lançamento do livro “Síntese histórica do TRE-Ma”, da autoria do historiador Milson Coutinho.

O evento será no auditório Ernani Santos, sede do TRE, às 16 horas, nesta quinta-feira.

O lançamento do livro faz parte da comemoração dos 79 anos da Corte Eleitoral.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CENTENÁRIO DE ABDALA BUZAR

BENEDITO BUZAR

Neste espaço em que escrevo sobre assuntos diversos, hoje, vou deter-me sobre uma figura humana que representa muito de especial na minha vida, pois foi quem me colocou no mundo e fez por mim tudo de bom, dando-me, ainda, exemplos de honradez e de compromissos com a verdade.

Refiro-me a Abdala Buzar Neto, meu saudoso pai, que, depois de amanhã, 15 de novembro, completaria cem anos de nascimento. Em Itapecuru, onde foi registrado, viveu intensamente 64 anos, tempo esse em que, como homem da iniciativa privada e da cena pública, prestou inestimáveis serviços à coletividade, razão pela qual, até hoje, é lembrado e reverenciado pela maneira como se identificava com as pessoas e com elas participava de seus momentos de alegria e de tristeza.

Abdala nasceu na viagem em que os pais, Rafiza e João Buzar, fizeram no começo do século XX, de Monte Líbano para o Brasil, onde aportaram em Salvador, no dia 21 de abril de 1913. A Bahia foi o ponto de partida de uma penosa e longa caminhada rumo ao Maranhão, feita a pé, em lombo de animais e em pequenas embarcações.

Ao longo dessa jornada, realizada com sacrifício e dificuldade, pois os Buzar nada sabiam a respeito da língua do país que adotaram para viver, embrenharam-se pelo interior do Brasil e usaram, como meio de sobrevivência, o trabalho de mascate, vendendo quinquilharias e pequenos objetos de consumo pessoal.

No Maranhão, a cidade de Itapecuru foi o final da viagem do casal libanês. Ali, já vivia o primo Chafi Buzar, que iria ajudá-los a iniciar uma nova vida. Com o auxílio do parente, Rafiza e João Buzar, ainda jovens, deram os primeiros passos na atividade comercial, na qual, com o decorrer do tempo e mercê da obstinação e da perseverança, tornaram-se empresários respeitados e conceituados.

Abdala e o irmão, José João, este, nascido em Itapecuru, acompanharam, desde cedo, a luta dos pais e a eles se associaram na empreitada comercial e industrial. Aos poucos, Abdala, pelo seu empreendedorismo, assumiu os negócios da empresa, projetando-a e fazendo-a ocupar espaços mais largos no cenário maranhense, onde a iniciativa privada, nos anos de 1940 e de 1950, notabilizava-se pela pujança e credibilidade.

As ações empresariais levadas a cabo por Abdala, claramente firmes e arrojadas, deram a ele visibilidade para ingressar na vida pública. Nomeado para os cargos de suplente de juiz, promotor e delegado (após o fim do Estado Novo), mostrou competência e discernimento. Dessa forma, tornou-se líder político, sendo convocado para disputar os cargos eletivos do Poder Executivo e Legislativo de Itapecuru, atuando sempre com desembaraço e dignidade.

Em três oportunidades, exerceu o cargo de prefeito do município. De fevereiro de 1946 a janeiro de 1948, nomeado pelo interventor Saturnino Belo. Sua marca de administrador ficou registrada na construção do Grupo Escolar Gomes de Sousa. Em janeiro de 1951, por ser presidente da Câmara Municipal, foi convocado para assumir interinamente a prefeitura. Em janeiro de 1961, pela terceira vez, investiu-se no cargo de prefeito, sendo eleito pelo povo. Seu mandato foi até 1966, ao final do qual, deixou um saldo positivo de obras e ações administrativas. Também, como representante do povo, participou de duas legislaturas na Câmara Municipal de Itapecuru.

Na história política itapecuruense foi, indiscutivelmente, o líder mais popular e estimado pela população. O segredo de ser bem quisto e idolatrado residia na generosidade, na maneira de captar os sentimentos do povo e de prover as necessidades dos carentes, sem recorrer aos expedientes da demagogia.

O exercício do poder, para ele, não significava, como nos dias correntes, desviar recursos e locupletar-se com as verbas da prefeitura, à sua época, incomparavelmente, menores que as atuais, mas sabia dar a elas o destino certo e rigoroso na aplicação.

Teve participação ativa na presença de órgãos importantes para o desenvolvimento do município, dentre os quais a instalação do Banco do Brasil e a fundação da Associação Comercial e Industrial.

Respeitado e admirado pelo modo como atuava na vida privada e pública, Abdala carregava consigo peculiaridades especiais que o distinguiam na cidade. Tais atributos faziam parte de sua rotina de vida e ele as praticava não com a intenção de extrair qualquer proveito pessoal ou político, mas o de fazer o bem, ser igual aos semelhantes e comungar das alegrias e tristeza dos conterrâneos.

Nesse particular, devem ser realçadas duas facetas de sua personalidade: o sentimento religioso e o espírito festeiro. Por conta disso, fez-se promotor dos festejos de São Benedito, do qual era devoto, de eventos populares e de brincadeiras e folguedos profanos, os quais, depois de sua morte, em março de 1975, esvaziaram-se ou desapareceram da cena itapecuruense.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

GOVERNADORES NO PODER - I

Na última semana, o povo maranhense assistiu bestializado o Poder Executivo ser ocupado por quatro autoridades diferentes.

A governadora Roseana Sarney passou o cargo ao vice, Washington Oliveira, que transmitiu ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo, e este entregou ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Jamil Gedeon.

Os quem pensa que essa sucessão de governadores é novidade no Maranhão, equivocaram-se.

Em janeiro de 1956, porque a eleição de Matos Carvalho foi questionada na Justiça Eleitoral, o governo ficou com Ivar Saldanha, então presidente do Poder Legislativo. Por injunções políticas, Ivar teve de entregá-lo ao vice-presidente, deputado Alderico Machado, que, por sua vez, foi substituído pelo vice-governador Alexandre Costa, o qual, por ordem judicial, passou o cargo ao deputado Eurico Ribeiro, novo presidente da Assembleia.

GOVERNADORES NO PODER - II

Em 1990, João Alberto, na condição de vice, investiu-se no cargo de governador por conta da renúncia do titular Epitácio Cafeteira, para concorrer às eleições de senador.

Quando da visita do então presidente da República, Fernando Collor, à cidade de Imperatriz, para não recepcioná-lo, João Alberto ausentou-se do Maranhão e passou o cargo ao presidente da Assembleia, deputado Antônio Braide.

Cumprida a missão, Braide transferiu o governo ao presidente do Poder Judiciário, desembargador Emésio Dario de Araújo, que, em seguida, devolveu-o a João Alberto.

RIZALVA NA CÂMARA

Quando a ex-prefeita Rizalva Rodrigues filiou-se ao partido do vereador Ribamar da Honda, a imaginação popular gritou mais alto.

Filiou-se para ser candidata a vice-prefeita.

Ledo engano. Rizalva quer voltar à política, não para disputar cargo majoritário, mas proporcional.

Por isso, será uma das candidatas do seu novo partido à Câmara Municipal de Itapecuru.

CAMPANHA DE PREFEITO

Será que os potenciais candidatos à sucessão do prefeito Junior Marreca já pensaram na quantidade de recursos que vão ter de desembolsar na campanha política do ano vindouro.

Se não pensaram, é de bom alvitre que o façam, pois quem não conseguir mobilizar recursos da ordem de um milhão de reais pra cima, convém não concorrer, pois vai perder tempo.

Há candidato em Itapecuru que imagina que voto se conquista pelos olhos ou pela conversa.

Lamentavelmente, o dinheiro é a peça fundamental, nos dias correntes, em qualquer processo eleitoral.

MARRECA GOSTOU

O presidente da FAMEM, Junior Marreca, aplaudiu o gesto da governadora Roseana Sarney, que transmitiu o governo para o vice, Washington Oliveira, que transferiu ao presidente da Assembléia Legislativa, Arnaldo Melo, que entregou o cargo ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Jamil Gedeon.

Se Marreca, que aplaudiu a governadora, aplicasse essa fórmula em Itapecuru, a prefeitura poderia chegar ao comando da vice, Maria Lúcia Cavalcante, que, em seguida, transferia o cargo para a presidente da Câmara Municipal, Sebastiana Cardoso.

JAMIL, O SÉTIMO

De 1936, quando Paulo Ramos elegeu-se indiretamente pela Assembleia Legislativa e assumiu o Executivo estadual aos dias correntes, foi Caxias a cidade que deu o maior número de governadores ao Maranhão.

Depois de Paulo Ramos, por ordem cronológica, os caxienses Alcindo Guimarães, presidente da Assembleia, substituiu interinamente o governador Archer da Silva; Eugênio Barros,no mandato de 1951 a 1955; Alexandre Costa, como vice, em 1956,ocupou o cargo na marra; Aldenir Silva, presidente do Poder Legislativo, em 1965, investiu-se no cargo, em face de viagem do governador e do vice, Newton Belo e Alfredo Duailibe; João Castelo, eleito indiretamente para o mandato de 1979 a 1982; Jamil Gedeon, por circunstâncias conhecidas.

SEM FAIXA

O deputado Arnaldo Melo, presidente da Assembleia Legislativa, e o desembargador Jamil Gedeon, presidente do Tribunal de Justiça, não deixaram por menos.

Assumiram o Poder Executivo por poucos dias, mas fizeram questão de visitar as cidades em que nasceram: Passagem Franca e Caxias, onde receberam as homenagens dos conterrâneos.

Ambos, contudo, não imitaram o gesto do ex-deputado Aldenir Silva, que na condição de presidente do Poder Legislativo, exerceu o cargo de governador, visitou a cidade natal, Caxias, com a faixa governamental no corpo.

SEM VOTO

Ao ex-governador José Reinado Tavares foi perguntado o motivo pelo qual não apóia a candidatura do ex-deputado Roberto Rocha à prefeitura de São Luís.

A resposta foi fulminante: - Porque ele não tem voto em São Luís e as pesquisas estão aí para provar.

Mais direto impossível.

INCOERÊNCIA E BURRICE

Enquanto o Convento das Mercês esteve sob o comando da Fundação José Sarney, o que mais desejavam e pediam os opositores do presidente do Senado?

Que a instituição fosse extinta e o imóvel que abriga a Fundação voltasse para o domínio do Estado do Maranhão.

Pois bem, como reclamavam desesperadamente os adversários e inimigos de Sarney, a Fundação extingui-se e o Poder Executivo enviou mensagem à Assembleia, fazendo retornar ao Estado o Convento das Mercês.

O fundador da instituição, José Sarney, foi ainda mais longe: doou todo o acervo que construiu ao longo do tempo, constituído de peças de arte, livros, documentos e registros importantes da história do Brasil à nova entidade, que vai nascer sob a égide do Estado.

POSSE DE AGOSTINHO

Concluída a eleição para o novo ocupante da cadeira nº 7, vaga com o falecimento de Carlos Lima, para a qual foi eleito o jornalista Antônio Carlos Lima, a Academia Maranhense de Letras volta suas vistas para outro evento.

A posse do intelectual Agostinho Marques, eleito para a cadeira nº 5, vaga com o desaparecimento do escritor Clóves Sena.

A solenidade está marcada para o dia 13 de dezembro vindouro e o novo imortal será saudado pelo romancista Waldemiro Viana.

PREFEITOS 31

Os magistrados que comparecem às comarcas do interior do Estado às terças, quartas e quintas-feiras são conhecido por Juízes TQQ.

Os prefeitos que irresponsavelmente marcam presença apenas um dia do mês nos municípios para os quais foram eleitos também ganharam uma identificação de cunho pejorativa.

São chamados de Prefeitos 31.

ALMOÇO CONCORRIDO

O deputado Arnaldo Melo, após ser investido no cargo de governador do Maranhão, em substituição ao vice, Washington Oliveira, fez questão de recepcionar os amigos que marcaram presença na solenidade.

Mandou preparar um almoço no Palácio dos Leões para 150 pessoas.

Ao regabofe compareceram 400 amigos do novo governador. O corre-corre foi grande, mas ninguém saiu dos Leões com fome.

SAMBA ENREDO

A insatisfação é grande em torno do samba enredo que a Beija-Flor homenageará São Luís no desfile carnavalesco do ano vindouro.

Ainda não ouvi de ninguém uma palavra de louvor à música e à letra do samba feito por uma congregação de compositores cariocas.

Há quem diga, sem qualquer ranço de bairrismo, que os sambas preparados pelos compositores maranhenses estavam bem acima do escolhido.

Além da mediocridade musical, a letra pouco diz respeito à glorificação de São Luis como centro irradiador de cultura e arte.

DESEJO DE FILGUEIRAS

Como manda a tradição, o presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, ofereceu o salão nobre da instituição para o velório do saudoso José Joaquim Filgueiras.

A família agradeceu o gesto, mas resolveu atender um pedido de Filgueiras antes de adoecer.

Ele desejava ser enterrado imediatamente após o seu último suspiro.

E assim foi feito.